Aleitamento Materno ponto de viragem em 2010
Extracto de artigo publicado na News nº 17 | Outubro/Novembro 2010
É importante que a decisão de amamentar seja consciente e bem fundamentada.
O estabelecimento da lactação deve ser correctamente apoiado com resolução atempada dos problemas decorrentes.
O leite materno é um alimento vivo, completo e natural, com vantagens para o bebé e para a mãe, contribuindo para a obtenção de benefícios de ordem socioeconómica.
As vantagens do leite materno para a criança são nutricionais, anti-infecciosas, cognitivas e imunológicas.
Vários estudos mostram um quociente de inteligência mais elevado em crianças que foram alimentadas com leite materno.
Tem também um papel importante no desenvolvimento da linguagem devido a estimulação da musculatura oro facial.
A amamentação propicia grandes benefícios de ordem social e económica através da melhoria da saúde. Os custos relacionados com as necessidades calóricas aumentadas da mãe que amamenta representam metade do valor dispendido com a aquisição de leite artificial.
Vai igualmente contribuir para a protecção do planeta em termos ecológicos, pela diminuição de produtos não biodegradáveis (tetinas, biberões, latas de leite, etc.), que deixam de ser utilizados.
Existem muito poucas contra-indicações para o aleitamento materno. Em relação ao recém-nascido só mesmo das doenças metabólicas, em relação a causas maternas temos a considerar a toxicodependência, infecção pelo VIH, tuberculose activa não tratada, terapêutica com antineoplásicos, imunossupressores, e com medicamentos novos de acção desconhecida e de uso imprescindível para a mãe.
Não são contra-indicações as hepatite B ou C, doença materna febril, hiperbilirrubinémia do aleitamento materno e fenda palatina.
É fundamental que a mãe tenha empatia com o bebé e se sinta confiante na sua capacidade de amamentar.
Sentimentos agradáveis como ter prazer com o bebé, tocá-lo, olhá-lo ou mesmo ouvi-lo promovem a ejecção do leite. Sentimentos desagradáveis como a dor durante a mamada, dúvidas, inseguranças ou stress inibem esse reflexo.
A confiança e o prazer durante o aleitamento são fundamentais para a produção e ejecção do leite.
Para que este processo decorra de modo harmonioso é fundamental que haja uma boa adaptação entre a boca do bebé e a mama.
Existem 3 reflexos do bebé fundamentais para a amamentação: reflexo de busca e preensão, reflexo de sucção e reflexo de deglutição.
Estes reflexos são automáticos e não têm de ser aprendidos pelo bebé.
O sucesso do aleitamento materno passa não só por uma boa adaptação entre a mama e a boca do bebé, mas também pelo estabelecimento da amamentação em horário livre, ou seja sempre que o bebé queira. De uma maneira geral a frequência das mamadas varia de 8 a 10 mamadas por dia nas primeiras semanas, para 7 a 9 mamadas por dia ao fim do 1º mês.
Até ao estabelecimento da lactação (4-6 semanas de vida) não deve haver um intervalo superior a três horas, tanto durante o dia como durante a noite.
Também a duração depende da eficácia da mamada de um modo geral esta dura cerca de 10 a 15 minutos no pós-parto e após o primeiro mês, a grande maioria dos bebés fica satisfeito com uma mamada de 8 a 10 minutos.
Quanto mais o bebé mama, mais leite é produzido.
A avaliação correcta da eficácia do aleitamento materno é fundamental para o crescimento e desenvolvimento do bebé prevenindo situações de aporte insuficiente que levam a desidratação e desnutrição que nos casos mais graves pode levar a internamento.
É uma avaliação clínica baseada em: historial das mamadas e padrão de eliminação, exame físico incluindo sinais de desidratação e icterícia, exame físico das mamas da mãe, observação da mamada (pega e padrão de sucção).
Para leitura do artigo completo siga a hiperligação:
News nº 17 | Outubro/Novembro 2010
Graça Oliveira – Serviço de Neonatologia – Departamento da Criança e da Família HSM-CHLN